Descontos ilegais no INSS: Como saber se você foi vítima e o que fazer para recuperar o que é seu



Descontos ilegais no INSS: Como saber se você foi vítima e o que fazer para recuperar o que é seu
  • * Alisson Barbieri¹

    * Jair Bueno²

    21 de maio de 2025

    Nos últimos anos, milhões de aposentados e pensionistas podem ter sofrido descontos indevidos em seus benefícios do INSS, conforme revelou a Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). O esquema envolvia associações de classe que prometiam serviços como assessoria jurídica e planos de saúde, mas que, em muitos casos, não possuíam estrutura real para prestá-los.

    Essas entidades obtinham autorização para descontar valores diretamente da folha de pagamento dos beneficiários, o que só é permitido mediante consentimento expresso do segurado e com acordo formal com o INSS. No entanto, a investigação revelou falsificação de autorizações, uso indevido de dados pessoais e até cadastros múltiplos no mesmo dia, o que caracteriza clara fraude.

    Segundo a CGU, 97% dos entrevistados negaram ter autorizado os descontos. O montante desviado pode ultrapassar R$ 6,3 bilhões, afetando a renda de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.

    O que fazer se você for vítima?

                    1.            Consulte seu extrato de benefício no site ou app Meu INSS, ou pelo telefone 135.

                    2.            Verifique se há descontos mensais vinculados a associações que você não reconhece.

                    3.            Use a opção “Excluir Mensalidade Associativa” para suspender descontos suspeitos.

                    4.            Guarde comprovantes, extratos e faça prints das movimentações.

                    5.            Procure um advogado especializado em Direito do Consumidor ou Previdenciário.

     

    A depender do caso, é possível ajuizar ação judicial para cancelar os descontos e reaver os valores pagos indevidamente — com juros, correção e, em alguns casos, indenização por danos morais.

    Essa é uma oportunidade para transformar informação em proteção e fazer valer os direitos de quem mais precisa.

    ¹Alisson Barbieri

    é advogado especialista em Direito do Consumidor e sócio do escritório Barbieri & Bueno Advogados.

    ²Jair Bueno

    é advogado especialista em Direito do Consumidor e sócio do escritório Barbieri & Bueno Advogados.

  • Daniel Zílio

    Daniel Zílio, jornalista, que há 11 anos atua no ramo da comunicação, levando informação com ética.

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